Mayra Andrade

Por GN em

Mayra Andrade. Foto: Marlene Nobre

Mayra Curado Andrade

Havana, Cuba, 1985

Cantora, compositora

Uma das jovens vozes que aparecem no contexto da chamada “geração Pantera”, Mayra Andrade destacou-se nos últimos anos como um dos artistas cabo-verdianos de maior projeção internacional.

A sua carreira começa quando, ainda adolescente, venceu, em 2001, os IV Jogos da Francofonia, concorrendo com representantes de 50 países. Na final, em Otava (Canadá), participou acompanhada do grupo Arkora. Além da medalha de ouro, recebeu uma bolsa do Parlamento da Francofonia para formação no L’Estudio des Varietés, centro de formação artístico-profissional normalmente frequentado por artistas para aperfeiçoamento. Aí, cursou várias disciplinas, como escrita para composição, guitarra, formas de trabalhar o corpo para respiração e canto, além de master classes com artistas de diversas áreas.

Assim, a partir de 2002 Mayra passa a residir em França, onde vai pouco a pouco fazendo-se notar, e sempre surpreendendo, em cafés-concerto, festivais e outros espaços dedicados à world music. Participa, com vários artistas de países de língua portuguesa, entre os quais os brasileiros Lenine e Chico Buarque, de um vídeo para uma campanha de prevenção da sida nos países de língua portuguesa e ainda antes de gravar o seu primeiro álbum é convidada por Charles Aznavour para uma participação no seu disco gravado em 2005.

Entretanto, várias propostas para gravar vão surgindo. Além de editoras pequenas, ligadas ao universo da world music ou a Cabo Verde, a Sony também se interessa por ela, e acaba sendo esta a sua escolha. Em 2006 sai o primeiro álbum, Navega, bastante aplaudido nos países em que foi distribuído e por onde Mayra passou em tournée. Recebeu prémios na Alemanha, em Cuba e na Inglaterra.

O segundo disco, Stória stória, é editado em 2009. O terceiro, com um grupo acústico, gravado ao vivo no Studio 105 da Maison de la Radio, em Paris, sai em 2010. Nesse mesmo ano, pela sua ainda curta carreira, é condecorada pelo presidente da República de Cabo Verde com a medalha de mérito cultural da Ordem do Vulcão. Em 2013, sai o álbum Lovely dificult, numa proposta que a aproxima de uma vertente mais pop, com temas cantados em inglês, francês, cabo-verdiano e português. Segue-se Manga, em 2019, que é apresentado pela editora como “uma mistura perfeita e natural entre afrobeat, música urbana e música tradicional de Cabo Verde”. Nesta altura, Mayra está a viver em Lisboa.

A sua proposta musical tem transitado com liberdade criativa por diferentes sonoridades. Se por  um lado o seu percurso de vida (a família morou em diferentes países ao longo da sua infância) pode ter influência nesse sentido, refira-se também os colaboradores com quem tem trabalhado (músicos, produtores, arranjadores), de diferentes origens, com quem tem trabalhado ao longo dos anos. Apenas um músico cabo-verdiano mantém-se sempre na equipa: Kim Alves. A afinidade com a música brasileira, por outro lado, é algo que a marcou desde a infância, e Mayra tem encontrado no Brasil várias ocasiões de criação conjunta: Mariana Aydar e Mart’nália são alguns dos nomes com quem tem interagido.   

Discografia                   

  • Navega, CD, Sony BMG, Paris, 2006. 
  • Stória stória, Sony Music, Paris, 2009. 
  • Studio 105, Sony Music, Paris, 2010.
  • Lovely dificult, Sony Music, Paris, 2013.
  • Manga,  Sony Music, Paris, 2019.
  • Dueto com Charles Aznavour no álbum Insolitement vôtre, 2006, a interpretar o tema “Je danse avec l’amour”.


Ver e ouvir

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