Daniel Rendall

Por GN em

Daniel Rendall, Lisboa, 2001
Foto: Gláucia Nogueira

Daniel Alberto Rendall Moreira Monteiro

Praia, Santiago, 1947

Compositor

Autor de Cabral ca morri, um dos temas-símbolo do período da independência, gravado pelo grupo Os Tubarões e por Nho Balta, o nome de Daniel Rendall fica indissociável da música que se produz neste período de euforia nacionalista, mas as suas composições – na maior parte mornas, que permanecem inéditas em disco – vão além desta temática. Compôs também música religiosa, para a Igreja do Nazareno.

Aprendeu em casa tanto tocar violão – com a mãe, que possuía uma pequena requinta – como a profissão de alfaiate (que irá exercer ocasionalmente), uma tradição da família, já que o avô, para além de costurar para a elite da Praia nas décadas de 1920 e 1930, deslocava-se frequentemente a São Tomé e Príncipe, onde passava temporadas a confecionar roupas para os trabalhadores das roças. O pai de Daniel Rendall (entr. 2004) nasce num navio, no regresso de uma dessas viagens. 

Por volta de 1963, o músico começa a participar de atividades musicais na Praia, integrando grupos efémeros da altura, como o Micá e, mais tarde, Os Vampiros. Começa a compor por volta dos 18 anos. Em 1967, entra para a função pública, mas pouco tempo depois, como sargento do exército português, é enviado para Moçambique, onde permanece até 1971, regressando então a Cabo Verde e à função pública, residindo em São Vicente. De 1981 a 1985 vive em Bissau e na década de 2000 passa alguns anos em Lisboa, onde colabora com associações cabo-verdianas dando aulas de violão e dinamizando atividades culturais, antes de regressar a Cabo Verde. Por essa altura, faz uma recolha de músicas e letras com a intenção de publicar um cancioneiro da música de Cabo Verde.

Composições gravadas

Berço de Luís Rendall; Cabral ca morri; Luta p’a vida; Mamã Neta; Morena; Nho Santiago.


Ouvir

Composição de Daniel Rendall alusiva à morte de Amílcar Cabral, na interpretação d’Os Tubarões
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