Kiki Lima

Por GN em

Kiki Lima, 2018. Fonte: https://expressodasilhas.cv

Euclides Eustáquio Lima

Ponta do Sol, Santo Antão, 1953

Cantor, compositor, artista plástico

É sobretudo como artista plástico que Kiki Lima é conhecido mas, antes de enveredar definitivamente por essa via, gravou dois discos em que destacou compositores da Boa Vista e revelou as vivências musicais daquela ilha, de onde a sua família é originária (Kiki nasceu em Santo Antão numa das várias transferências do pai, enfermeiro e violinista, que viveu também no Fogo, São Nicolau e São Vicente).

Viveu em São Vicente de 1965 a 1983, e passou por vários grupos musicais: West Side, The Robins, Os Crioulos, Os Alegres e Os Caites. Os Beatles e os Rolling Stones somavam-se à música crioula e brasileira nas suas preferências.

O início da década de 1980 foi um período cheio de atividades para Kiki Lima. Em novembro de 1981, organizou, na galeria Nho Djunga, no Mindelo, a Semana de Arte Integrada, durante a qual expôs os seus quadros; publicou a brochura Poesia e Música (com as letras dos temas que farão parte do LP que gravará cerca de dois anos depois); apresentou compositores pouco conhecidos, da Boa Vista, como Manuel Florinda; e um poema seu é encenado por Leão Lopes. Um debate encerra o evento, com a participação de António Aurélio Gonçalves, Amílcar Spencer Lopes e Leão Lopes. Meses depois, Kiki Lima publica o resumo numa brochura intitulada Opiniões sobre Arte Social – Extratos de um Debate. Em 1982, faz, a convite da JAAC, uma exposição no átrio do Palácio da Justiça, na Praia.

Kiki Lima começara a pintar por volta de 1974. Inicialmente autodidata, segue depois um curso por correspondência, que não conclui mas serve para fazê-lo pensar em estudar a sério. Entretanto, “pela mão do Kaká Barbosa, fui parar aos sindicatos”. Foi enquanto dirigente do Sindicato da Indústria, Comércio e Serviços, na delegação de São Vicente, que recebeu uma bolsa para estudar Direito em Portugal, para onde parte em 1983. No segundo ano, abandona o curso, grava o seu primeiro disco e decide transferir-se para Belas Artes, na especialização de design gráfico, em que se licencia. Nesta área, irá criar um atelier nos anos 1990, em Lisboa. Em 2001, já um nome firmado nas artes plásticas em Portugal, abre a sua própria galeria de arte, Kitraço, em Oeiras. Em 2005, regressa a São Vicente.

Tchuba, o seu primeiro álbum, inclui composições da sua autoria e de compositores da Boa Vista. O segundo LP, que abre com uma evocação ao ritmo do kolá Sanjon, no tema que dá título ao disco, reúne também temas próprios e de outros compositores daquela ilha. Antes dos dois LP, gravara uma cassete nos estúdios da rádio em São Vicente.

Discografia

  • Sarapilheira, cassete, e/a, Praia, 1982.
  • Tchuba, LP, Bubista, Lisboa, 1985.
  • Midji ma tambor, LP, Bubista, Lisboa, 1987.

Composições

Cantar o Zeca; M´Kre Kab Verd; Midj Ma Tambor; Nha Lombe Cansode; Nha Lombe Cansode; Pa Czê q´um Crê Bô Ausência; Pa Czê q´um Crê Bô Ausência; Sarapilhera; Tchuva Brób; Tchuva Brób; Vai Vem.


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