Tchim Tabari

Por GN em

Tchin Tabari, em espetáculo do grupo teatral Korda Kaoberdi, década de 1980

Cipriana Tavares

Praia, Santiago, 1922 – Praia, Santiago, 2003

Batukadera

Tchin Tabari foi um dos nomes de destaque no batuku nos primeiros anos a seguir à independência, quando particiou nas atividades do grupo teatral Korda Kaoberdi, que surgiu nesse período para conscientizar política e culturalmente o público da Praia.

Kwame Kondé (pseudónimo do médico José Fragoso), fundador do Korda Kaoberdi, descreve Tchim Tabari nestes termos: “Os seus dotes artísticos são imensos. Grande sentido de palco, voz prodigiosa, excelente poder de criação e de improvisação, bailarina inatamente privilegiada, qualidades que fazem dela uma atriz total e completa” (Kwame Kondé, Cadernos Korda Kauberdi, 1980). Sobre ela, o encenador escreveu ainda ter sido grande pedagoga, ainda que não soubesse ler nem escrever, mas por saber transmitir ideias, “e de que maneira, em termos acessíveis e com um virtuosismo didático inconfundível: então não fosse exímia contadeira de histórias”, lê-se no mesmo texto.

Mestre nos meandros do folclore da nossa ilha de Santiago, particularmente o batuque, a tabanca e o funaná, de que é não só lídima intérprete como outrossim grande conhecedora.

Kwame Kondé, em Cadernos Korda Kaoberdi

Nascida na Achada Santo António, cidade da Praia, Tchim Tabari aprendeu com a mãe o ofício de parteira aos 12 anos, lê-se no jornal Horizonte (07.11.2003). Viveu cerca de 20 anos em Angola, nas habituais difíceis condições dos trabalhadores contratados em Cabo Verde para trabalhar na lavoura.

Quando integrou o grupo Korda Kaoberdi, Tchin Tabari podia ser avó de grande parte dos seus elementos, já que tinha mais de 50 anos quando integrou o grupo, do qual fizeram parte também Ano Nobo e Caetaninho, entre outros.

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