Manelinho Bala

Por GN em

Manuel Moreira Tavares Monteiro

São Tomé e Príncipe, [1919] – Praia, Santiago, 1981

Compositor

Manelinho Bala foi um personagem de destaque nas atividades musicais dos anos 1940 em Santiago, segundo contemporâneos seus como Ano Nobo e Fernando Quejas (Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens). Deixou algumas composições que o seu sobrinho, Daniel Rendall, ocasionalmente divulgou pela TV cabo-verdiana e em sessões musicais na Praia.

Manelinho Bala nasceu em São Tomé, numa das estadas do pai naquela ilha, para onde ia com frequência com a família, contratado para prestar serviços de alfaiate. Esta profissão, uma tradição na família, foi também a de Bala, que, residindo no Senegal a partir de meados dos anos 1950, costurava para o presidente Léopold Senghor, segundo Daniel Rendall. Antes disso, o compositor viveu algum tempo na Guiné, e foi numa viagem em que acompanhou o Benfica de Bissau a Dacar que resolveu ficar nessa cidade. Saíra de São Tomé ainda bebé, mas voltou ao arquipélago pontualmente, refletindo essas passagens em algumas das suas composições.

Na década de 1940, um grupo de trabalhadores cabo-verdianos é contratado para ir para Timor. Antes da partida, Bala encontra-se no navio, no porto da Praia, e este zarpa, levando-o, não se sabe se numa brincadeira do comandante, que o deixa em São Tomé, onde terá permanecido cerca de dois anos. Transforma esta aventura numa morna, cantando a Praia a partir de São Tomé, que, na letra, considera uma prisão. Depois do período no Senegal, regressou a Cabo Verde no fim da década de 1970, e em dezembro de 1981 morreu atropelado por um carro da escolta do primeiro-ministro.

Composições

Entrada de Assomada; Criola e so sima Olinda; Flor linda flor singela.

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