Miquinha

Por D O em

Miquinha, em Haia, Holanda, em 1983. Foto cedida por Miquinha

Amílcar Fernandes Spencer Lopes

Ribeira Brava, São Nicolau, 1948

Compositor

Advogado e político, Amílcar Spencer Lopes é o autor, em parceria com Betú, do Hino Nacional de Cabo Verde, intitulado “Cântico da liberdade”, que em 1996, após acesa polémica entre os dois principais partidos políticos, substituiu o hino do PAIGC, até então utilizado como hino nacional.

No início dos anos 1970, quando estudante em Portugal, Miquinha tocou bateria em discos de Bana, em sessões de estúdio em que participavam Dany Silva e Armando Tito, entre outros. Compôs temas que foram gravados por Marino Silva e pelos grupos Black Power e Ques Môce, tendo integrado este último, ao violão. Já muito antes disso, da década de 1960, Miquinha compusera marchas de carnaval para o grupo Estrela Azul, de São Nicolau. E, em 1990, foi o autor, também com Betú, de “Mantenha das ilhas”, tema gravado por Cotchy, Paulino VieiraTito Paris e Dany Silva e que foi o tema da campanha às eleições presidenciais que deram a vitória a António Mascarenhas Monteiro. Dedicando-se a criar sobretudo mornas e koladeras, quanto compõe em parceria Miquinha é em geral o autor da letra.

 Em 1982, Amílcar Spencer Lopes iniciou a carreira diplomática. Eleito deputado em 1991, assumiu a presidência da Assembleia Nacional. Em 1996 foi reeleito e nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades, cargo que ocupou durante dois anos, sendo a seguir designado embaixador nos Estados Unidos e Canadá, onde permaneceu até 2001. Exerceu a advocacia até eleger-se presidente da Câmara Municipal de São Nicolau, em 2004, regressando à profissão depois desse mandato.

Ques Moce, 47 anos depois: Dany Silva, Humberto Évora, Miquinha e Bilocas. Foto cedida por Miquinha

Composições

‘M Sunhâ (parceria com Humberto Évora); ‘M ta voltâ; Boâ, pombinha; Cadêra d’barbêr; Cok-&-Báfa; Dxó-me descansâ na bô; Ê ka sonhu, ê ka realidade; Eleita; Estrela Azul 74; Gente, nôs terra tchbê; Ildut; Ilha Formose; Inflação/Revolução; Jaime; Mantenha das Ilhas (parceria com Betú); Mar; Mar, testemunha d’nôs amor (parceria com Nhelas Spencer); Mató-me nha dôr; Milú; Mocinh Trivid; Monte Cintinha; Morna pa Mamã; Muída; Negôce d’Ti Lôbo; Poema Tropical (parceria com Paulino Vieira); Póss Danòde; Preguiça; Santa Luzia; Sol Poente; Um clarinet mud, tchorâ; Um quê q’ ta ‘ncantâ; Violão (parceria com Dany Silva).

Publicou

Ilha Formose” e outras mornas, Pedro Cardoso Livraria, Praia, 2021. Com letras e partituras.


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