Tony Lima

Por GN em

Tony Lima. Fonte: Facebook

António Pedro Monteiro Lima

Dacar, Senegal, 1948

Compositor, poeta

Além de fundador e líder do grupo Kaoguiamo, Tony Lima marcou época na música politicamente engajada, na altura do pré e pós-independência, como autor de dois dos maiores êxitos da época e que serão lembrados por muitos e muitos anos: “Amílcar Cabral” e “21 di Sitembru 72”, esta última – um sucesso ainda que nunca gravada – sobre um incidente na cidade da Praia entre militares portugueses e populares, que acabou em pancadaria.

Militante do PAIGC desde a década de 1960, Tony Lima viveu intensamente a revolta de maio de 1968 em Paris. Em janeiro de 1973, estudava Letras na Universidade Paris VIII, em Vincennes, e foi aí que um colega lhe deu a notícia da morte do fundador do PAIGC. Nesse dia, faltou às aulas e compôs a célebre  canção “Amílcar Cabral”, cuja letra fala do líder assassinado em Conacri três dias antes. Foi este o ponto de partida para a criação do Kaoguiamo e da peça Korda skrabu!, de cujo texto, música e coreografia é o autor. 

Após a independência, Tony Lima, que se licenciara, além de Letras, em Sociologia e Ciência Política, entra para a carreira diplomática. Nos anos 1990 foi secretário-geral da CEDEAO, vivendo no Togo. Na década de 2000, foi o representante de Cabo Verde nas Nações Unidas, em Nova Iorque. Reformou-se como embaixador em 2014.

Em 2003, publicou, na Praia, poemas em francês reunidos sob o título Errances et Réminiscenses, volume que inclui também as letras das músicas do LP Korda Skrabu!.

Composições

Amílcar Cabral; Caminho di scrabu; Dia di manhã; Independência; Mininu mansu;
Nos terra ta liberta; 21 di Sitembru 72.

Obra publicada

Errances et réminiscenses – Quête d’une conscience africaine, Praia, IBNL, 2003.

Ouvir

error: Content is protected !!