Inácio Nha Rosalina

Por GN em

Inácio Nha Rosalina em imagem de videoclipe
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Curral de Baixo, Tarrafal, Santiago, 1961

Cantor, compositor

Duas entrevistas dadas ao Novo Jornal Cabo Verde nos anos 1990 dão conta das atividades musicais de Inácio Nha Rosalina na emigração. Foi para Portugal em 1975 e, como tantos outros cabo-verdianos, trabalhou inicialmente na construção civil, tendo mais tarde passado a exercer a profissão de ourives. De 1983 a 1991 foi vocalista e guitarrista de um grupo chamado Mini-Wings, segundo o Novo Jornal Cabo Verde (02.02.1995).

Começou a compor por influência de Blick Tchutchi, seu conterrâneo, de quem veio a se tornar amigo em Portugal. Em 1991 que gravou o seu primeiro disco, iniciando uma série de álbuns em que aparece como compositor e cantor, além de tocar guitarra e fazer os arranjos. Os seus dois primeiros álbuns, Toma lá dá cá e Fidjo político, contam com o suporte da banda Nháku, de que faziam parte Paulino Semedo e Zéntoni, refere o artista ao NJCV. Mais tarde, fixou residência em França, segundo o mesmo jornal. 

Os seus discos são recheados por soukouss, funaná, reggae, zouk, slow e, mais recentemente, o kotxi pó. Ou seja, balanço para todos os gostos. Sobre o comentário de o seu disco Entre mar e céu ter mais zouks do que músicas “da terra”, o cantor disse preocupar-se com a satisfação do gosto dos seus fãs, admitindo que o álbum “pode ser mais comercial que cultural” (NJCV, 02.02.1995).

Gosy tudo ou nada, de 1995, foi gravado, com exceção de uma cabo-verdiana nos coros, por músicos da ilha da Reunião, escolha que o artista justificou com o seu gosto e o dos fãs, uma vez que “todos garantem que têm boa mãozada para o soukouss” (NJCV, 31.01.1996).

É interessante notar aqui um exemplo de interpenetração musical entre comunidades imigradas em França, já que o soukouss é um género musical presente em vários pontos da África, mas nem por isso assim tão difundido em Cabo Verde (até a década de 1990), de onde é Inácio, que para o acompanhar contou com músicos de uma ilha localizada no Oceano Índico e que é território francês. É em solo francês que esses músicos entram em contacto entre si e com esse género musical.  

Discografia

  • Toma lá dá cá, CD, Zé Orlando/Sons d’África, Amadora, 1991.
  • Fidjo político, CD, Zé Orlando/Sons d’África, Amadora, 1992.
  • Entre mar e céu, CD, Zé Orlando/Sons d’África, Amadora, 1994.
  • Gosy tudo ou nada, CD, Zé Orlando/Sons d’África, Amadora, 1995.
  • É na terra, CD, [?], [?], 2006. 
  • Regresso de nha novo rumo, CD,[?], [?], 2019.
  • Santa Teresinha, single, 2024
  • Participação no CD/DVD coletivo Funaná & batuko, [?].
  • Participação no CD/DVD coletivo Funaná & kizomba, [?].
  • Participação no CD/DVD coletivo Funaná kuduro & kizomba [?].

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