Djuta Silva

Por GN em

Djuta Silva. Fonte: www.aipa-azores.com

Justina Rodrigues Silva 

Mindelo, São Vicente, 1929 – São Miguel, Açores, Portugal, 2015

Cantora, instrumentista (violão)

Djuta Silva tem a particularidade de ser das raras personagens femininas da música cabo-verdiana a não se limitar ao papel de cantora. Criada em casa de músicos, toca violão desde muito jovem. Numa das passagens por São Vicente do seu irmão Adolfo Silva (que mais tarde assume o nome artístico Eddy Moreno), marítimo, surpreende-o ao revelar os seus progressos ao violão. Mais tarde, vai encontrá-lo em Lisboa, onde atuam como Irmãos Silva, e chegam a ser artistas profissionais do elenco da Emissora Nacional.

Djuta grava nessa época um single que é, a par das primeiras gravações de Fernando Quejas, nesses princípios da década de 1950, um dos mais antigos registos de artistas cabo-verdianos e de morna editados em Portugal. O fado “Lisboa antiga” (J. Galhardo e R. Portela) e “Odjinho magoado” (Lela d’Maninha) são os dois temas do disco, que por vezes é identificado pelo título desta morna, embora conste na capa: Djuta Silva acompanhada por Adolfo Silva e Orquestra Belo Marques.

Dura cinco anos a carreira dos Irmãos Silva. Djuta casa-se com o futebolista mindelense Ben-David e a música fica só para consumo doméstico. Nos anos 1960 o casal muda-se para os Açores. Em 1995, Djuta Silva regressa pela primeira vez a Cabo Verde, tendo sido na altura homenageada pelo Ministério da Cultura.

Em 2004, a AIPA-Associação dos Imigrantes nos Açores institui um prémio com o seu nome, para distinguir trabalhos jornalísticos produzidos naquele arquipélago com temática ligada à imigração.

Discografia

  • Djuta Silva acompanhada por Adolfo Silva e Orquestra Belo Marques, EP, Estoril, Lisboa, [déc. 1950].

Ver e ouvir

A história de Djuta Silva contada por ela própria:

https://www.facebook.com/watch/?v=1061415500554459

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