Maria de Barros

Por GN em

Maria de Barros. Foto promocional

Maria de Barros

Dacar, Senegal, 1961

Cantora, compositora

Maria de Barros, descendentes de bravenses, nasceu no Senegal, passou a infância na Mauritânia, para onde foi com seis meses, e aos 13 anos partiu para os EUA com a família, e aí vive desde então. “Quando chego na América e encontro aquele meio musical todo, foi maravilhoso para mim, e tem muito a ver com o meu amor pela música. Eu cheguei a cantar com o meu avô”, recorda a cantora (Cabo Verde & a Música-Dicionário de Personagens) que é neta do violinista Djedjinho. Gravou duas composições dele no seu primeiro álbum, Nha Mundo.

 Aos 20 anos, Maria de Barros participou no primeiro disco dos Mendes Brothers, num dueto com João Mendes; cantou por vezes com Norberto Tavares e o Tropical Power; participou na gravação do LP Paz, Amor e União, produzido por Paulino Vieira; e integrou o Jamm Band durante algum tempo. Deixou este grupo em 1988, ao se casar e mudar-se para Los Angeles. “Aí a música de Cabo Verde ficou para trás, pois não havia nada de cabo-verdiano onde eu estava”, revela.

Em Los Angeles, forma com o marido e outros músicos americanos um grupo folk. Depois, no contacto com amigos hispânicos começa a cantar em espanhol – “Era a coisa mais perto de Cabo Verde para mim. Cheguei a fazer shows a cantar em espanhol com play back”, revela. Ao conhecer o produtor argentino Daniel Luchansky, grava algumas coisas em espanhol, mas foi ele que a incentivou a gravar música cabo-verdiana. “Mostrei a Cesária Évora essas gravações, ela disse-me: ‘Ah, não podes ficar a fazer coisas em espanhol, tens de fazer um disco para a tua terra!’”, recorda  em Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens.

Entre as distinções que obteve ao longo da sua carreira, consta, em junho de 2004, a nomeação pela Essence Magazine, revista para o público feminino afro-americano, como “Face of World Music”. Em 2006, recebeu o prémio Miriam Makeba de Excelência Musical, atribuído por DJ da área de música africana nos EUA. Em 2010, o álbum Morabeza esteve entre os nomeados da categoria “melhor álbum de world music” na premiação NAACP Image Awards, que distingue anualmente, desde a década de 1970, afro-americanos que se destacam no cinema, na televisão e na música. Em 2013, recebeu o Prémio Especial da Francofonia, pela promoção da cultura francesa através da música.

Em Cabo Verde, onde atuou pela primeira vez em 2005, recebeu em 2008, do Ministério da Cultura, a medalha de mérito. Em 2011, foi nomeada para quatro categorias nos Cabo Verde Music Awards (CVMA), e a sua gravação de “Reggadera” venceu como “melhor koladera” do ano. Esta composição (de Maria de Barros, Djim Djob, Kalú Monteiro e Danny Luchansky) fez parte da série Entourage da rede de televisão HBO. 

Em 2006, Maria de Barros atuou como apresentadora do programa Soul of Africa, no canal Black Entertainment Television (BET). Teve também uma passagem pelo cinema,  em 2018, como atriz coadjuvante e interpretando, em português e em cabo-verdiano, o tema “Do Outro Lado”, do curta-metragem Skin Hunger, dirigido por Kristina Rodemann, com vários prémios e nomeações.

A cantora tem gravações suas incluídas em várias compilações, entre as quais Putumayo, Starbucks, Rough Guide, Soundscapes, Ultra Records e Capo Verde terra d’amore, Vol. 4, e ainda num disco de tributo a Miles Davis.

Discografia

  • Nha mundo, CD, TerreMar Musica, EUA l/d, 2003.
  • Dança ma mi, CD, TerreMar Musica, EUA l/d, 2005.
  • Morabeza, CD, Sheer Sound Records, África do Sul l/d, 2009.
  • Participação na compilação Putumayo World Music reggae, 2004, com Riberonzinha”.
  • Participação na compilação Putumayo presents: Women of Africa, 2004, com Mi nada um ca tem”.
  • Participação no CD coletivo Miles to Miles: In the Spirit of Miles Davis, 2005.
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