Arkora

Por GN em

Grupo, 1999 – ?

Arkora. Da esq. para dir.: Kisó, Raul, Ângelo e Ricardo. Fonte: bocadetubarao.blogspot.com

O Arkora surge na virada do século XX para o XXI. Deste grupo fez parte Orlando Pantera e outros músicos que a partir de então foram assíduos no acompanhamento de intérpretes que começavam a vir à tona nessa época. O nome vem das iniciais dos fundadores: A de Ângelo (guitarra), R de Raul (percussão), K de Kisó (baixo), O de Orlando (Pantera), mais a palavra “RA” – de Deus da Criação, segundo a crença rastafári. A apresentação oficial do grupo foi em março de 1999, com um concerto no Clube Náutico da Praia. Em outubro do mesmo ano, entra o pianista brasileiro Ricardo de Deus.

O ano 2000 é de agenda intensa: além de tocarem nos principais festivais cabo-verdianos (Gamboa e Baía das Gatas, além do Sete Sóis Sete Luas, em Santo Antão, no qual Pantera recebeu o prémio Revelação) e em vários espaços musicais na Praia – o Tex e o 5ªl da Música eram então os principais –, viajam a Hannover para a Expo 2000. No ano seguinte, são convidados para a abertura do Festival da Gamboa, numa homenagem a Pantera, que falecera meses antes. Tiveram como convidados Princezito e Mayra Andrade, naquela que foi a primeira atuação para um grande público da jovem cantora que até aí era uma promessa. Vão acompanhá-la também no Canadá, quando recebe medalha de ouro num festival envolvendo artistas de todo o mundo francófono, o que dá impulso à sua carreira.

Será que é coincidência que é pelas mãos destes músicos que Pantera explodiu, Mayra Andrade emergiu e que Tcheka “Argui”? (…) Para mim, ARKORA mais do que música foi uma atitude perante a música!

Djinho Barbosa, no texto “Subversivos!“, no seu blog Son di Santiagu, 2007

Arkora nunca gravou em nome próprio mas, como refere Kisó, “se pelo menos três de nós estiverem num projeto, aí será considerado Arkora. Isso porque achamos que as nossas ‘características’ (sonoridade, arranjos e atitude na música) estarão bem patentes nesse trabalho, ainda que não apareça o nome” (Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens). É o caso dos discos de Tcheka Argui e Nu Monda; Fragmentos, de Ricardo de Deus (dois temas); Gerassons de Teté Alhinho; Tras di Som, de Djinho Barbosa (dois temas). Diz o baixista do Arkora que, apesar de deixarem de aparecer como tal, “nunca consideramos o grupo extinto, porque nunca tivemos um estatuto de grupo (…) Simplesmente somos amigos com um ideal comum e por isso nunca havemos de nos ‘extinguir’”.

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