Teté Alhinho

Por GN em

Teté Alhinho. Foto Tó Gomes

Maria Teresa Duarte Alhinho

São Vicente, 1956

Cantora, compositora

A cantora e compositora Teté Alhinho iniciou a sua discografia em finais dos anos 1980 com o LP Mares do Sul, gravado em Portugal tendo nos arranjos e produção musical Paulino Vieira e Teck, e ainda a participação de Toy Vieira, além de músicos portugueses.

A seguir, grava Menino das ilhas – Música de Cabo Verde para crianças, tendo novamente como produtor Paulino Vieira, que toca todos os instrumentos. O disco tem a participação vocal de Sara, filha de Teté, Poliana, filha de Paulino Vieira, e Tuntum Vasconcelos. Lena França e Teresinha Araújo aparecem como convidadas. Esta é uma aposta rara, para não dizer única, num tipo de música voltada para um público bem específico e em geral esquecido em Cabo Verde. Teté (entr. 1998) conta que costumava adormecer os filhos com música, e às vezes eles dormiam e ela continuava a cantar. Na época vivia em Portugal, e quando regressa a Cabo Verde vê que não havia música para crianças, então resolve gravar. Leva cerca de dois anos para conseguir concluir o projeto, que é editado em 1994.

Teté Alhinho e Morgadinho, 1967. Foto cedida por Teté Alhinho

Entretanto, em 1992 surgia o Simentera, estando Teté Alhinho entre os fundadores e permanecendo como uma das três vozes femininas. No âmbito do trabalho com o grupo, gravou, além de composições de Mário Lúcio, alguns temas da sua própria autoria. 

Só no final da década de 1990 gravou novamente a solo: em 1998, gravou dois discos, com parte do repertório em comum. Um para ser lançado em Cabo Verde, com algumas das músicas em espanhol – “Yolanda”, de Pablo Milanés e “Quisera ser poeta”, versão da célebre morna de Paulino Vieira – sob o título Sentires; o outro lançado na Europa, com o título em cabo-verdiano, Di cor a son. Tendo Mário Lúcio como suporte instrumental, além de vários músicos convidados há ainda a participação do saxofonista português Carlos Martins.

Voz, lançado em 2002, traz apenas a sua voz e o violão de Mário Lúcio, uma aposta na simplicidade. Segue-se Andante (2006), compilação de temas de Teté gravados a solo e com o Simentera, e Gerassons, em 2008, este partilhado com a filha, Sara Alhinho, que cerca de 20 anos depois de participar no disco infantil envereda também pela música. 

Em 2015, Teté apresenta um disco em que dá destaque ao binómio voz-piano, Mornas ao Piano, em que contou com a parceria de Ricardo de Deus na direção artística e ao piano, além de participações dos pianistas Carlos Matos e Victor Zamora.

Desde criança Teté Alhinho cantou, em São Vicente, em atividades culturais e na escola. Quando se encontrava em Cuba a cursar educação física, na segunda metade da década de 1970, venceu um festival de estudantes universitários com uma música brasileira, “Sonho meu” (Yvone Lara). Depois disso, viveu alguns anos no México e em Portugal, antes de transferir-se para a Praia, em 1991.

Discografia

  • Mares do Sul, LP, edição de autor, Lisboa, 1988.
  • Menino das ilhas – Música de Cabo Verde para crianças, CD, edição de autor, Lisboa, 1994.
  • Sentires, CD, edição de autor, Praia, 1999.
  • Di cor a son, edição de autor, Praia, 2000.
  • Voz, CD, Universal, Lisboa, 2002. Reeditado pela World Connection em 2004.
  • Andante, CD, edição de autor, Praia, 2006.
  • Gerassons, CD, edição de autor, Praia, 2008. Com Sara Alhinho.
  • Mi ma nha sanjon/Beju furtado, EP, edição de autor, Praia, 2014.
  • Mornas ao Piano, CD, Lisboa, Trem Azul, 2015.
  • Interpretações a solo nos discos do Simentera: A mar” (dueto com Maria de Sousa), “Sprito lévi”e “Dia c’tchuva bem”, em Raiz; Resposta a ‘dia c’tchuva bem’” e “Coladera nobo” em Barro e voz, 1999; Dor de amor”, “Odju d’agu” em Cabo Verde em Serenata, 2000; Tchiga pa mi”, “Lembrantsa” e “Fladu fla” em Tr’adicional, 2003. E em Music from Cape Verde, gravação do Simentera de Dia c’tchuva bem” (1994).
  • Participação no CD Cap vers l’enfant, 2000, com Dor ca tem idade”, do CD Sentires.
  • Em compilações: Dia c’tchuva bem”, gravação do Simentera em Douceur du Cap Vert e A Alma de Cabo Verde, 1996.

Ver e ouvir

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