Chando Graciosa

Por GN em 4 de Outubro, 20214 de Outubro, 2021

São Tomé, São Tomé e Príncipe, 1965

Cantor, compositor

Chando Graciosa é um dos muitos artistas que despontaram como membros do Abel Djassi, entre finais da década de 1970 e 1990, e aparece como vocalista, ao lado de Albertino, na gravação do único álbum do grupo, Cabeça em movimento, editado em 1989. Com o fim do Abel Djassi, Chando emigra para o Senegal, onde permanece dois anos. No regresso, participa do efémero Fuzom e está temporariamente ligado ao projeto de criação do Ferro Gaita, nos seus primórdios. Ao afastar-se deste grupo, funda, com Totinho, Hélder Gonçalves e Bitori Nha Bibinha, o Petural. Como relata ao jornal A Semana (20.05.2005), quando o grupo vai a Portugal participar de um festival, Chando segue para a Holanda, razão pela qual quando sai o disco deste grupo as vozes são de Fefé di Calbicera e Hélder.

Emigrado na Holanda, grava o seu primeiro álbum a solo intitulado Nácia Gomi, em 1997. No ano seguinte, sai Bitori Nha Bibinha & Chando Graciosa, primeira gravação do tocador de gaita Bitori Nha Bibinha, em que Chando canta todos os temas. Valor Sem Favor, com Tchota Suari, é outro exemplo de interação deste artista com músicos mais velhos, em particular ligados ao funaná tocado com ferro e gaita. O funaná, aliás, será o âmbito em que desenvolverá sempre o seu repertório. Segue-se Simintera, em 2002, e Dor di mundo, em 2004. Em 2011, o álbum Konsedju traz um elemento novo à carreira de Chando, que se tornou religioso, após um período em que enfrentou problemas com o consumo de álcool, e decidiu passar a mensagem da sua experiência espiritual através da música.

Nascido em São Tomé e Príncipe, com poucos meses de vida os pais regressam a Cabo Verde, fixando-se no Tarrafal, onde Chando vive a sua infância. Ainda no Tarrafal irá participar de um grupo musical, Pano Bitchu, antes de, aos 14 anos, partir para a Praia a convite de responsáveis da JAAC-CV para integrar o Abel Djassi.