Dina Medina

Por D O em

Dina Medina. Fonte: www.abdehaas.nl

Hirondina Lopes Medina

Schiedam, Holanda, 1975      

Cantora, compositora

Os pais, naturais de Santo Antão, emigraram para a Holanda em 1972, e foi nesse país que nasceu Dina Medina. Alfabetizada em holandês, foi no contacto com músicos cabo-verdianos que aprendeu a língua da terra dos pais, e a partir do exemplo de Jacqueline Fortes interessou-se pela música cabo-verdiana. Aos 12 anos começou a cantar, participando de vários grupos de Roterdão e arredores, como o Exotique, Koladance, Gil & The Perfects e Cocktail, este o primeiro com que gravou.

A partir de 1996, Dina foi a vocalista do Splash!, mas de certa forma ela é que esteve na origem do grupo: ao gravar o seu primeiro CD a solo, perguntou a Djoy Delgado e a Grace Évora se a queriam acompanhar a Cabo Verde, para promover o álbum. Após a digressão, o Splash! grava o seu primeiro CD, com Dina como voz principal. Para o seu segundo álbum, Separação, Dina compôs alguns temas, seja sozinha ou em parceria com Djoy, TXT, Mobass e Guy Ramos. No primeiro, Paixão coração, os temas são quase todos de Djoy Delgado.

Depois de mais de uma década como uma das vozes do Splash!, em 2010 a cantora deu uma guinada na sua carreira. Depois de participar num projeto intitulado Morna-Fado, com o cantor português Fernando Lameirinhas, também residente na Holanda, em que ele cantava o fado e ela a morna, Dina Medina acabou voltando-se para as raízes. “Senti que era hora de mudar um pouco, de voltar para a minha raiz natal, que nunca perdi, pois desde criança tinha o contacto com as mornas, mas a certa altura a influência do estilo pop na Holanda foi mais forte” (Cabo Verde & a Música Dicionário de Personagens).

O disco da mudança, Mornamente, traz temas clássicos como “Fidjo magoado”, de Jotamonte, e temas de compositores mais jovens, como a dupla Kalú Monteiro/Djim Job e Guy Ramos. E ainda duas peculiaridades: uma versão em crioulo de “Ne me quitte pas” (Jacques Brel) e a primeira morna composta por Gil Semedo, que aliás é a que dá título ao álbum. Dois dos temas foram gravados com a Metropole Orkest (orquestra sinfonia da emissora nacional holandesa). A gravação de “Fidjo magoado” recebeu a distinção de melhor [gravação de] morna na edição de 2012 dos Cabo Verde Music Awards, que também lhe atribuiu o prémio de melhor voz feminina. 

Na mesma altura da gravação de Mornamente, Dina participa do grupo Cabo Cuba Jazz, ao lado do pianista cabo-verdiano Carlos Matos e músicos de Cuba, das Antilhas e da Alemanha.

Profissionalmente, Dina Medina diz gostar de “trabalhar com gente”. Dedica-se à área da ação social e fez uma formação em pedagogia para ter mais oportunidades nesse âmbito.

Discografia

  • Paixão e Coração, CD, J. Medina/Mesa Pro, Roterdão, 1995.
  • Separação, CD, J. Medina/Mesa Pro, Roterdão, 1997.
  • Mornamente, CD, Cooperativa Dinâmica, Roterdão, 2010.
  • Pegam na mon, (?), 2015.

Composições

Caminho d’amor (parceria com Manu Soares, Danilo Tavares, John Euclides); Meu vazio (parceria com Manu Soares, Guy Ramos, Grace Évora); Nhas desejo (parceria com Johnny Fonseca, Djoy Delgado, Danilo Tavares); Nos fidjo (parceria com Djoy Delgado, Marlene Fonseca, Grace Évora); Rependimento (parceria com Djoy Delgado).

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