Kolá

Grupo, 1975 – 1978

O grupo Kolá surge depois de extinto o Kuelah Tabanka, no qual tinham participado Tey Santos (bateria), Pinúria (guitarra) e Vasco Martins (guitarra). Estes músicos juntaram-se aos irmãos Pomba (trompete) e Tolas (guitarra), Tey Barbosa (órgão) e Teck (sax, flauta e clarinete). Vasco sai pouco tempo depois (não chega a gravar com o grupo), e entra Daniel Pinto (voz).

O Kolá grava em 1976 uma cassete que em 1979 será editada como LP com o título Guiné-Bissau. Percorrem-se sons que vão da alusão aos búzios e tambores da tabanka à Bossa Nova, com momentos instrumentais que mostram bem o perfil destes jovens cidadãos de um jovem país – vivem as questões de Cabo Verde mas estão sintonizados com a música que se faz no mundo, das guitarras do rock à improvisação do jazz. Como curiosidade, note-se que a voz feminina que pontua todo o álbum, indicada na capa como Elsa, foi provavelmente incluída ao produzir-se o LP, já que na formação existente em São Vicente não consta que tenha havido voz feminina. 

Quanto às letras, são francamente alusivas ao momento que se vivia então: independência, liberdade, unidade Guiné/Cabo Verde, a aposta numa “terra cheia de paz e progresso” ao invés do caminho habitual da emigração, PAIGC… 

Carlos Gonçalves, escrevendo no jornal Tribuna (abril 1986), afirma  afirma: “Kolá tem o mérito de propor uma nova via, o retorno às fontes tradicionais, seu tratamento pelos instrumentos eletrónicos e procura de novas formas musicais.” Segundo este músico e jornalista, que viveu de perto este momento musical de Cabo Verde, “o movimento Kolá é mal acolhido por certa camada da sociedade e por um certo círculo de músicos, que consideram, na altura, muito avançadas essas ideias e interpretam os trabalhos do Kolá como deturpação e envenenamento da música de Cabo Verde”.

Não confundir dom o Kolá Band, grupo criado nos EUA nos anos 1990.

Discografia

Guiné Bissau, LP, Do-La-Si/Electromovel, Lisboa, 1979.

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