Orquestra Caboverdeana

Por GN em

Grupo, déc. 1940-1950

Existiu na Argentina, em meados do século XX, uma formação musical denominada Orquestra Caboverdeana, dirigida pelo cabo-verdiano Adelino de Matos. O jornal Notícias de Cabo Verde, que se publicava nessa época em Cabo Verde, informa a 26.01.1949: “Partiu para a América do Norte o diretor dum sexteto caboverdeano”. Sob este título, o jornal refere que Adelino de Matos, “músico cabo-verdiano que reside há muitos anos na Argentina, formou recentemente em Buenos Aires um excelente sexteto com conterrâneos seus, a que deu o nome de Orquestra Caboverdeana”.

Segundo a publicação – que reproduz um artigo do jornal Ecos de Portugal, publicado na Argentina sete meses antes –, o grupo, apesar de ter sido formado havia pouco tempo, já dera os primeiros frutos: gravara a marcha “Lembrança do vapor Rio Aguapey” e três mornas: “Mamãe Luzia”, “Saudades das ilhas” e “Veríssimo”.

A notícia diz ainda que Adelino de Matos partira para Boston dias antes com as matrizes das gravações, “a fim de entrar em negociações com uma importante companhia norte-americana para a distribuição dos respetivos discos tanto nos Estados Unidos, onde a música cabo-verdiana começa a fazer furor, como noutros países – um dos quais será a Argentina”.

O trecho revela como há muito tempo a música cabo-verdiana, através dos seus diversos agentes, vem desenvolvendo estratégias e traçando redes transnacionais em busca de mercado e afirmação.

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