Mário de Melo

Por GN em

Mário de Melo, década de 2000.
Foto cedida por Mário de Melo

Mário de Melo Azevedo

Praia, Santiago, 1939

Cantor

Em finais dos anos 1950, quando a música cabo-verdiana era dada a conhecer em Lisboa por Fernando Quejas e Marino Silva, o jovem Mário de Melo, filho de um português de Braga e de uma cabo-verdiana da Praia, chegou a Portugal. Começou a sua vida artística como vocalista de um grupo chamado Os Napolitanos, em que cantava os sucessos de Paul Anka.

Por volta de 1959, ganhou o primeiro prémio do concurso Caloiros da Canção, da Emissora Nacional portuguesa, com a morna Ponta do Sol, com letra em português, o que lhe abriu caminho para entrar na rádio, participando frequentemente dos chamados Serões para os Trabalhadores, programas de auditório que eram radiodifundidos. Mais tarde, animou a emissão radiofónica Presença do Ultramar.   

Mário de Melo, década de 1960. Foto cedida por Mário de Melo

Mário de Melo gravou três discos pela editora Alvorada, enquanto fazia o serviço militar, um deles gravado em Moçambique. Regressou a Portugal em 1964, e gravou um disco com a irmã, Anabela de Melo. Seguiram-se, até 1967, outros três EP a solo, com o maestro Jorge Costa Pinto, bastante conhecido no meio musical português na altura: um com temas sul-africanos vertidos para o português, um de música cabo-verdiana e um alusivo ao Natal, no qual se encontra o tradicional “Racordai”.

Depois disso, só em 1995 editou um novo trabalho musical, o CD Leila, em companhia de artistas de uma nova geração – o álbum é produzido por Teck e nele tocam os irmãos Manuel Paris e Tito Paris e Humberto Ramos. Teté Alhinho e Sap aparecem nos coros.

O jornal O Arquipélago (em 21.01.1965 e 28.01.1965) traz duas notas sobre uma visita do artista a Cabo Verde: estava integrado numa missão dos serviços de segurança social dos EUA, país onde passara a residir. A caminho do Fogo, na passagem pelo Mindelo, o cantor autografou discos que ficaram à venda na Casa do Leão e, na Praia, os membros da Rádio Clube de Cabo Verde ofereceram-lhe um jantar. Vivendo nos EUA desde então, trabalhou na área de telecomunicações até reformar-se.

Tito Paris, Mário de Melo e Teck. Foto cedida por Mário de Melo

Cantor de mornas e koladeras, encontram-se nos EP de Mário de Melo dos anos 1960 alguns temas que, desde então, não receberam outras interpretações ou então muito raramente, caso de Romeu dos mares, de B.Léza, e Grandeza, de Eddy Moreno.

Depois de uma pausa de mais de 20 anos sem gravar, a partir de 2017 editou os CD Morna para Dança, Cretcheu e Mário de Melo canta Mornas Centenárias.

Discografia

  • Mário de Melo e o Conjunto Tavares Belo, EP, Alvorada, Porto, 1959.
  • Mário de Melo, EP, Alvorada, Porto, 1959.
  • Mário de Melo, EP, Alvorada, Porto, [déc. 1960].       
  • Mário de Melo em Moçambique, Alvorada, [déc. 1960].
  • Mário e Anabela de Melo, EP, Alvorada, Porto, 1965. Acompanhados pela Orquestra de Mornas de Joaquim Luís Gomes.
  • Mário de Melo, EP, Alvorada, Porto, [1965].
  • Mário de Melo, EP, Alvorada, Porto, [1966].
  • Mário de Melo, EP, Alvorada, Porto, [1967].
  • Leila, CD, Sonovox, Lisboa, 1995.
  • Morna para Dança, ed. do artista, 2017.
  • Cretcheu, ed. do artista, 2017.
  • Mário de Melo canta Mornas Centenárias, ed. do artista, 2018.
  • Participação nas compilações Cabo Verde Mornas Coladeras, [?] e Música de Cabo Verde ,1975.

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