Pulonga’l Bita

Por GN em 1 de Junho, 20251 de Junho, 2025

Julião Freire Monteiro

Pedra Badejo, Santiago, 1959

Cantor, compositor

Pulonga vive nos EUA (inicialmente Massachussets, mais tarde Pensilvânia) desde 1988, tendo nesse país gravado todos os seus discos. Compõe sobre temas do quotidiano e em particular da emigração, sempre com um pé na tradição – com referências ao batuku, ao funaná e às vivências da terra natal –, ainda que o seu repertório percorra diferentes géneros musicais, como o soukouss, o zouk, entre outros. E reivindica: “O meu lugar é no funaná, por onde comecei”, afirma em Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens.

Pulonga participou nos grupos Strongs, de Santa Cruz, e no Dilimundo, de Assomada, deixando este último ao emigrar. Participa também numa das edições do concurso Todo o Mundo Canta, tendo ficado no quarto lugar a nível nacional. Nessa época, além de cantar, trabalhava como condutor do Instituto Nacional de Cooperativas.

Já nos EUA, participa em vários trabalhos coletivos e pertenceu ao grupo La Tour, antes de este vir a gravar. A solo, o seu primeiro álbum, que tem o seu nome simplesmente, é de 1995 e foi produzido por Kim Alves. Bita Frere, o seguinte, é uma homenagem à mãe, cujo nominho é Bita. É um dos primeiros discos em que nos anos 1990 – assim como os de Gil Semedo na mesma época – aparece batuku gravado, antes da sua reelaboração por Tcheka, Orlando Pantera e Princezito.

Em duas ocasiões, 1999 e 2005, Pulonga produz discos intitulados Os amigos, em conjunto com Kim, Zito e Dongo di Codé – filhos de Codé di Dona – e, no segundo deles, ainda com Tchuny Preta e Djaza. No primeiro, há a participação de Norberto Tavares, assim como no álbum de 2000, Ali dolar. Há ainda Give my dollar back, este também com vários convidados, como Grace Évora, Calú Bana, entre outros, de 2003, e Dolar perdi valor, 2006.

Depois de 30 anos sem regressar a Cabo Verde, Pulonga visitou o país em março de 2019 para participar da 10ª edição do festival “1 Concelho 3 Ritmos”, que se realiza anualmente em Pedra Badejo, tendo sido nesse ano o cabeça de cartaz. Foi recebido no aeroporto da Praia com muito entusiasmo por amigos e admiradores.