Vasco Martins

Por D O em

Vasco Martins, Mindelo, 1988. Foto: Marzio Marzot

Vasco Jorge Coelho de Oliveira Martins

Queluz, Portugal, 1956

Multi-instrumentista, compositor, maestro

Vasco Martins é um personagem raro no panorama da música cabo-verdiana, pela dimensão da sua obra e por ocupar um segmento em que é praticamente o único, o da música erudita. Produz obras para diferentes tipos de formações orquestrais, que em países pelo mundo fora as têm gravado. Ao mesmo tempo, como intérprete de violão e compositor, mantém-se ligado à música popular. Se pouco ouvido pelo público cabo-verdiano, é, por outro lado, dos artistas com mais referências na imprensa local, desde finais da década de 1970. Ao mesmo tempo, é colocado numa espécie de “patamar superior” quando o primeiro texto do Voz di Povo (13.08.1977) a falar do seu trabalho refere a sua “ascensão à composição da música clássica”.

Excertos dos seus discos com música sinfónica foram ao longo dos anos tocados na rádio apenas em momentos de luto ou solenes, ou ainda, fato que o compositor deplora, como música de fundo nos spots televisivos de alerta para medidas de higiene, durante uma epidemia de cólera, em 1995, como refere no texto da capa do CD Para além da Noite (2001).

Num país em que a música é mais associada ao convívio festivo do que à audição concentrada, este artista surge na contramão, voltado tanto para o jazz como para a música erudita – ambos setores distantes do ouvinte médio. Ao mesmo tempo, uma atitude conservadora bastante difundida em Cabo Verde encara como ameaça à cultura e às tradições nacionais atos de liberdade criativa que eventualmente se inclinem para formas de expressão até certa altura consideradas exóticas no país ou inovadoras, como a linguagem jazzística e o uso de sintetizadores.

Assim, é de imaginar que desde os primórdios da sua carreira Vasco Martins tenha enfrentado resistências. Bateu-se contra o conservadorismo em artigos que publicou, em entrevistas e mesmo num manifesto que divulgou em 1980 em São Vicente: “A música não é só o todo cabo-verdiano, a eterna cadência perfeita, o canto de amor, mas sim algo mais livre, mais trabalhado, mais universal”, escreveu em 1980 no seu manifesto. E, indiferente à incompreensão e aos estereótipos – como no caso de um octogenário que, tendo ouvido uma das suas obras, surpreendeu-se ao descobrir que o autor não era um velho –, vem produzindo uma obra de renome internacional no campo da música eletrónica e da música erudita contemporânea.

Os seus primeiros registos foram duas cassetes – De Quando Nasce o Homem (1976), com solos de piano, e Dádiva a Mim e a Todos (1977), em que tocou piano, baixo e órgão, com percussão de Tey Santos. Em 1979, produz outra cassete, intitulada 10 watts – jazz cósmico (10 watts era a potência do equipamento que possuía na altura, quando projetava criar um clube de jazz no Mindelo, como foi divulgado em várias edições do Voz di Povo. Nesse mesmo ano é editado o seu primeiro LP, Vibrações – Piano a Solo. No exemplar oferecido à então Rádio Voz de São Vicente, escreveu na dedicatória:  “Com votos que a audição deste disco quebre com relações nefastas, e que compreendam o interior musical que do fundo do meu ser, bem expresso, independentemente de valores que me marcam e que aceito, mas insuficientes para a minha necessidade interior de compositor.”

Segue-se Para Além da Noite, em 1985, disco comemorativo do 10º aniversário da independência de Cabo Verde e do 80º aniversário do nascimento de B.Léza. Martins inspira-se em mornas deste compositor para criar temas para oboé e cordas que compõem um lado do LP, gravado por músicos da Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian sob a sua regência. Do outro lado, “Para além da noite II” e “Elegia para violoncelo” são composições modais para cordas, produzidas no período em que o músico estudava em Paris.

Desde os anos 1970 o artista já se interessava pela música eletrónica e pelos sintetizadores. No início da década seguinte, adquire equipamentos e adapta-se ao sistema Midi, iniciando o ciclo dedicado aos teclados. Surge assim Universo da Ilha (música para sintetizador e voz), editada em 1986, a sua primeira obra a lançar mão dos sintetizadores como forma de contornar a ausência de uma orquestra em Cabo Verde – a primeira, de vida efémera, surgirá quase 30 anos depois. Este disco tem a participação de Luís Morais. Em 1987, sai Oceano Imenso, com violão, piano e sintetizador, e Vivências ao Sol, em que aparece em duo de violões com Voginha. 

Quinto Mundo (1989) é o LP que traz a composição do mesmo título, experiência modal para orquestra de câmara que em 1984 representou Cabo Verde na Tribuna Internacional de Compositores, evento organizado pelo Conselho Internacional da Música, ligado à Unesco, que distingue compositores de música erudita contemporânea. A composição foi interpretada por Les Solistes de Paris, sob a direção de Henri-Claude Fantapié, com quem Vasco Martins estudou nos anos 1980. O álbum Quinto Mundo traz ainda: “Solstício e o homem solitário”, para flauta solo, interpretada por Gilles de Talhouet, gravada em Paris em 1983; e “Os Elementos (água, terra, ar, espaço, fogo)”, gravada em 1986 pelo quarteto português Opus Ensemble. Esta obra representou Cabo Verde na Tribuna Internacional dos Compositores em 1988. 

A década de 1990 começa para Vasco Martins com três lançamentos em simultâneo: Memórias Atlânticas, Momentos Silenciosos Ritual Periférico. A proposta musical de Martins foi por vezes associada à new age (estilo em voga nos anos 1980 baseado em sintetizadores, de modo geral com sonoridades suaves e propícias à introspeção), o que o compositor rejeitou: “Ao ler uma crítica é que descobri esse rótulo. ‘Mas o que é isso de new age?’, perguntei-me, e até me interessei em conhecer trabalhos nessa área para ver o que tinha a ver comigo”. Nesse sentido, propõe, antes, ao compor para sintetizadores, o conceito de south bound music: “Algo cósmico no sentido vertical, entre o homem e o céu, sem histórias de new age americana (…) Sou mais um greco-budista” (Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens), o que não impede, contudo, que esses discos apareçam classificados nessa categoria. Refira-se que algumas dessas edições têm bonitas capas com ilustrações de inspiração onírica, da autoria da artista plástica Luísa Queiroz. Ainda com base nos sintetizadores e dentro do projeto south bound music, há os álbuns Eternal Cicle (1994), Island of the Secret Sounds (1995) e Sublime Delight (1997).

Noutra vertente, Vasco Martins interage com o saxofonista português Carlos Martins em Outras Índias, editado em 2007, a tocar violão e sintetizador, e em 2000 sai Dôs, novo encontro com Voginha, num disco dedicado à música instrumental de raiz tradicional cabo-verdiana mas também com temas de ambos.

Danças de Câncer, que sai em CD em 1998, é uma suíte para orquestra sinfónica interpretada pelo Ensemble Futurs Musiques sob a direção de Denis Gautheyrie. A sua estreia foi na Universidade Paris VIII, em 1993, e em seguida foi apresentada no Festival 38éme Rugissants em Grenoble. Em 1995 foi de novo apresentada em Paris, no Auditorium Les Halles. Inspira-se nos vários géneros da música popular cabo-verdiana. Vasco Martins revela que para criá-la baseou-se no mesmo tipo de pesquisa que o compositor brasileiro Villa-Lobos realizou quando se debruçou sobre a música popular brasileira (Cabo Verde & a Música – Dicionário de Personagens). Ainda nesta área, o álbum Quatro Sinfonias (2007) traz, gravadas pela North Czech Philarmonic Orchestra (República Checa), “Arquipélago magnético” (Sinfonia 3), “Monte Verde” (Sinfonia 6), “A procura da luz” (Sinfonia 8) e “Buda dharma” (Sinfonia 4). Esta última teve a sua estreia em 2001 pela Orquestra Sinfónica de São Paulo, Brasil, dirigida pelo maestro Lutero Rodrigues, e foi apresentada em França em 2006, pela Orchestre Philarmonique de Saint-Denis sob a direção de Henri-Claude Fantapié. Estas obras fazem parte de uma série de nove sinfonias, para diferentes formações orquestrais, produzidas entre 1997 e 2011, que incluem também: “Equinócio de março” (Sinfonia 1), “Solstício de junho” (2); “Himalaias” (5); “Estrela-d’alva” (7) e “Oceano Atlântico” (9). As sinfonias 6 e 7 foram estreadas em Coimbra em 2005 pela Orquestra Clássica do Centro e dirigidas por Virgílio Caseiro. Evidenciam-se nestas peças os elementos de inspiração sempre presentes na obra deste compositor: os sons de Cabo Verde – tanto os provenientes da natureza como os criados pelo homem; a espiritualidade revelada nas incursões por sonoridades orientais como ragas da Índia ou a música budista do Tibete; e a comunhão com a natureza, propiciadora de serenidade e transcendência.

Outros álbuns da década de 2000 revelam o ecletismo da produção de Vasco Martins e mostram-no como intérprete nos seus instrumentos de eleição: o sintetizador em Lunário Perpétuo (2001), Apeiron (2003) e Sarva Mangalam (2003); o violão em diálogo com os recursos eletrónicos em Benlibem (2000) e com o quarteto de cordas Artzen, em Li sin (2010). Lua água clara (2008), por sua vez, é um álbum de solos de piano; e Azuris (2012) apresenta um trio em padrão jazzístico em que o pianista é acompanhado por Zé Paris (baixo) e Micau Chantre (percussão e bateria).

À parte a sua produção que se encontra gravada, Martins tem um grande número de obras que fazem parte do repertório de intérpretes, grupos e orquestras em diferentes países: “Pirâmides”, para órgão, foi a sua primeira peça a ser estreada em público, em 1982, na Église de Saint-Ignace em Paris, pelo organista Jean Courtois. “Cosmos” peça para orquestra, soprano e coro masculino, composta em 1985 e inspirada na música tradicional do Tibete, foi interpretada pela orquestra e coro da Fundação Calouste Gulbenkian em maio de 1989, nos Encontros de Música Contemporânea dessa fundação. Para as comemorações da Primeira Abolição da Escravatura, em 1994, recebeu uma encomenda da Universidade Paris VIII, produzindo a cantata “Lágrimas na paraíse” (transformada na ópera Crioulo, apresentada em Cabo Verde em 2002 e em 2009 em Portugal, com coreografia de António Tavares). Na estreia, teve Vasco Martins nos sintetizadores, as vozes Solli Tutti e o percussionista senegalês Malamine Sane. As apresentações em Cabo Verde contaram com a participação de vários artistas locais, como Sara Tavares e Djurumani, entre outros.

Para as comemorações do centenário do poeta Paul Eluard, em 1995, compôs a cantata “A la recherche de l’innocence”, para vários coros, vozes solistas e ensemble, uma encomenda do Teatro Gerard Philipe com o patrocínio do Estado francês. Por sua vez, “Situações triangulares” foi uma encomenda da Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, em 1995, estreada pelo Opus Ensemble (veio a ser editada em disco por este grupo com o título “Canto cabo-verdiano nº 5”)Não confundir com a valsa com esse título gravada por Bau e outros intérpretes de violão. “Trata-se de uma suíte em quatro partes. Como sabia que depois da estreia em Portugal, com a morte do Bruno Pizzamiglio [intérprete de oboé; faleceu em 1997 e o Opus Ensemble transformou-se, temporariamente, em trio] nunca mais seria tocada, aproveitei o nome para a valsinha e utilizei material para a Sinfonia 1”, esclarece o compositor.

“Com o oceano no coração”peça para orquestra de cordas, foi interpretada pela orquestra Dionysios, tendo estreado em Paris. Mais tarde, foi apresentada na Austrália pela orquestra Bourbaky. Intérpretes do violão clássico como o australiano John Williams, o canadense Andrew Mah e o norte-americano Scott Morris interpretam peças suas. Refira-se ainda “Aquazul”, peça interpretada pelo próprio autor com Micau (bateria), Tchê (baixo), Djini Ribeiro (percussão) e a sua filha Mara Martins (voz), no Dia Nacional de Cabo Verde na Expo 98, em Lisboa.

Em 1995, criou músicas para o espetáculo de dança contemporânea Anomalias Magnéticas, da coreógrafa portuguesa Clara Andermatt. Para o cinema, compôs música para a longa metragem O Recado das Ilhas (1989) do realizador angolano Ruy Duarte de Carvalho. O documentário sobre a guerra colonial Ninguém Nasce Soldado, do realizador belga Jo Willems, traz trechos de “Para além da noite” e o documentário de Garegin Chookaszian A história do Genocídio do Povo Arménio, sobre este fato histórico ocorrido em 1915, tem como banda sonora músicas de Lunário Perpétuo. Por sua vez, La Note Verte (2000), do realizador francês Jean-Paul Guirado, tem Vasco Martins como personagem. Filmado em Paris e Cabo Verde, baseia-se sobretudo nos temas de Danças de Câncer.

Noutra vertente, musicou poemas de Fernando Pessoa, criando temas para dois violoncelos e voz, gravados pela cantora luso-francesa Bévinda no disco Pessoa em Pessoas. Bévinda, por sua vez, participa no CD Sublime Delight. Em 1998 sai Coraçon Leve, primeiro disco da cantora Hermínia, em que Martins é o autor de todas as composições (música e letra), assina a direção artística e divide os arranjos com Voginha. Em 2012, Bau grava um disco só com músicas de sua autoria.

Vivendo em São Vicente desde os 9 anos (nasceu em Portugal), Vasco Martins teve no piano o seu primeiro instrumento, passando depois para o violão e a guitarra elétrica. Aos 17 anos, interrompeu o liceu e passou 7 anos a estudar sozinho. Após esse período, conseguiu uma bolsa para Portugal, onde estudou análise e harmonia com o compositor Fernando Lopes Graça, entre 1979 e 1981. A seguir, partiu para França, onde prosseguiu os estudos com o maestro, pedagogo e compositor Henri-Claude Fantapié, no Conservatoire Municipal de Noisy-le-Sec. Foi um período em que o músico teve oportunidade de assistir a inúmeros concertos e em que compôs intensamente – é desse período a peça “Quinto mundo”. O livro Música Tradicional Cabo-Verdiana I – A Morna, publicado em 1988, é o resultado do seu trabalho de fim de curso, na área de etnomusicologia.

Em 1974, em plena euforia do período da independência, Vasco Martins foi um dos fundadores, em São Vicente, do Kuelah Tabanka. “Kuelah” quer dizer “acordar” numa das línguas de Angola e representa o pan-africanismo; “tabanka” alude a uma tradição de Cabo Verde, refere o músico (Cabo Verde e a música Dicionário de Personagens), recordando as suas influências na altura: Ozibiza, Santana, Fela Kuti. Este grupo efémero (durou cerca de seis meses) foi o embrião do Kolá, de que participou na fase inicial. Em 1982, participou de um quarteto que durou apenas o tempo das suas férias. “Vasco propôs que tocássemos uma música de fusão entre o jazz, o jazz-rock, o jazz-funky com músicas cabo-verdianas, tipo koladera e sanjon”, recorda Voginha (Cabo Verde e a música Dicionário de Personagens), que com Tey Santos e Pinúria completava o quarteto VTPV. Em 1984, já de regresso a Cabo Verde, participou do Gota d’Aga, grupo que estará na origem da organização do primeiro festival da Baía das Gatas. Outro grupo efémero dessa época, segundo Vasco, foi o Ozone.

Além de músico, Vasco Martins tem também produção literária, com obras publicadas na área da poesia e do romance. Como investigador, esteve vinculado ao Instituto de Investigação e do Património Culturais (IIPC) até reformar-se. Publicou o trabalho sobre a morna, obra pioneira nos estudos sobre a música em Cabo Verde, ao abordar o tema do ponto de vista musicológico, para lá dos aspetos histórico e literários.

Em 2000 foi condecorado pela Presidência da República de Cabo Verde com a medalha do Vulcão e, em 2005, pelo Governo de Cabo Verde com a medalha de Mérito no domínio da Cultura.

Discografia

  • De quando nasce o homem, cassete, ed. de autor, São Vicente, 1976.
  • Dádiva a mim e a todos, ed. de autor, São Vicente, 1977.
  • 10 watts – Jazz cósmico, casssete, ed. de autor, São Vicente, 1979.
  • Vibrações – Piano a solo, LP, Min. Educação e Cultura, Praia, 1979.
  • Para Além da Noite, LP, Presidência da República/Centro Nacional de Artesanato, 1985.
  • Universo da Ilha, LP, (?), 1986.
  • Vivências ao sol, LP, Cia. De Tabacos de Cabo Verde, São Vicente, 1987. Vasco Martins e Voginha em duo de violões.
  • Oceano imenso, LP, Banco de Cabo Verde, Praia, 1987.
  • Quinto mundo – O solstício e o homem solitário – os elementos, LP, DG Património, Banco XV, Shell, Enacol, Empa, Cnart, Praia, 1989.
  • Memórias atlânticas 1, CD, UPAV, Lisboa, 1992. Reeditado pela Mélodie, Paris, 1995.
  • Momentos silenciosos 2, CD, UPAV, Lisboa, 1992. Reeditado pela Celluloid, Paris, 1995.
  • Ritual periférico 3, CD, UPAV, Lisboa, 1992. Reeditado pela Celluloid, Paris, 1995.
  • Eternal cicle, CD, Mélodie, Paris, 1994.
  • Island of the secret sounds, CD, Celluloid, Paris, 1995.
  • Outras Índias, CD, Centro Norte-Sul/EMI-VDC, Lisboa, 1997. Com Carlos Martins, duos de sax /violão, sax/sintetizador.
  • Sublime delight, CD, Celluloid, Paris, 1997.
  • Dôs, CD, Mélodie, Paris, 2000. Vasco Martins e Voginha em duo de violões.
  • Benlibem, CD, ed. de autor, São Vicente, 2000. 
  • Lunário perpétuo, CD duplo, Celulloid, Paris, 2001.
  • Apeiron, SynGate Records, Frankenau, 2003.
  • Sarva Mangalam, Melodie, Paris, 2003.
  • Quatro sinfonias, Harmonia, São Vicente, 2007.
  • Lua água clara, CD, Harmonia, São Vicente, 2008.
  • Li sin, CD, Harmonia, São Vicente, 2010.
  • Azuris, CD, Harmonia, São Vicente, 2012.
  • Kalavinka, CD, ed. de autor, São Vicente, 2014.
  • Participação no CD Dez granzin di tera – A viagem dos sons, 1998, a solar o violão em Situações triangulares.
  • Participação no CD Cap vers l’enfant (vários artistas), 2000, com o tema Ilhas, do CD Eternal cicle.
  • Participação (músicas para poemas e orquestração para dois violoncelos) no disco Pessoa em pessoas, de Bévinda, 1997.

Composições

A águia por cima do vulcão; A Brisa do Mar no Teu Rosto; A Concha Branca na Mão do Pescador; A Morna no Canto da Baleia Azul; A Música que o Cavalo Marinho Encantou; A Porta da Vida; A Sombra da Montanha do Sul e do Sol; Abertura do Tempo Real (O Céu e a Terra se Tocam); Alegrias; Âmago; Amendoeira celeste; Arco; Até Onde Atinge a Memória; Atlantic Memories 1; Atlantic Memories 2; Através da Janela=Infinito+Homens; Azul Atlântico; Azulazulazul; Azuris; Benliben; Bli (a) munde; Boas-Vindas; Búzios Soprados pelo Vento; Calonetris Edwards II; Camin sossegode; Caminhos do Viajante; Canto das Ilhas; Céu Azul; Começou a Era de Câncer; Como se o Mundo Ouvisse; Coraçon Leve; Dança a Terra; Dança Infinita de um Deus (Mar di Lua Cheia); Danças de Câncer; Delight is In The Delight Itself; Delight is In The Joy; Delight is In The Life; Delight is In The Melancholy; Delight is In The Mountains and Valleys; Delight is In The Night; Delight is In The Ocean; Delight is In The Rhythm; Delight is In The Soul; Delight is In The Stars; Desert d´Sul; Digene; Direndana; Divinal; Duas águas; Dunas; Eccentric frame of mind; Esse Mar d´Nha Coraçon; Estas Montanhas de Dançam; Estepes; Estrada de Santiago; Eternal Cycle; Exuberância; Fantasia I; Fantasia II (parcerias com Voginha); Filosofia; Final; Flor de lotus; Fogue na Olhar; Fontainhas; Força Juntode; Frágil Barco; Gesto Flutuante; Homenagem a Luís Rendall; Horizonte Ondulante; Ilhas; Impulsos; Janela pa munde; Joy and devotion; K´Lua dançá má bo Sombra; Kar; La pa Banda d´Espanha (parceria com Voginha); La Petite Fille et l’Abok; Lebiath; Lekhal; Li Sin; Lightness; Lua de abril; Lua de outubro; Luz e sombra no deserto; Manhã Indiana; Mar Longe; Mar Sereno; Mara; Memória da água; Montes Encantados; Myare; Nascente d’ága; Navegando; Naviu Navega; Nemésis; Noites Íntimas; Noites Mágicas; Num Varanda; Nuvens d´Nordeste; O poeta debaixo da acácia; O Solstício e o Homem Solitário; O sonho do elefante; Obcessiva Coladeira Ritual; Oceano Imenso; Oriente Magnético; Origens 1; Origens 2; Orion; Os Elementos (Água, Terra, Ar, Espaço, Fogo); Os Tempos Permitiram; Os Três Tempos da Energia; Pa Longe um Ta Bai; Para além da noite – 2.ª parte; Pedra; Perpétuo Respirar; Pincelada; Plenitude; Poetas; Polir a lua; Pulsações; Quando o Vento Sopra por Entre as Palmeiras; Quiet Moments; Quinto Mundo; Raízes Ancestrais; Ritmo de Junho; Ritual; Ritual Periférico; Santa Mónica (parceria com Voginha); Savanas; Secret Sound 1; Secret Sound 10; Secret Sound 11; Secret Sound 2; Secret Sound 3; Secret Sound 4; Secret Sound 5; Secret Sound 6; Secret Sound 7; Secret Sound 8; Secret Sound 9; Segrede É So Pa Um; Silêncio Mágico do teu Olhar; Sinfonia nº 3 Arquipélago Magnético; Sinfonia nº 4 Buda Dharma; Sinfonia nº 6 Monte Verde; Sinfonia nº 8 A Procura da Luz; Situações Triangulares; Tabanka Imaginável Tabanka; Tamareiras; Tantos Anos de Nostalgia; Tarazed; Tarde d’ marce; Temp pum Valsa; Tempos de Paz; Terra Q´Sede; Terra Vulcânica; Tribut a Manel d’Novas; Tribute to Alice Coltrane; Tropical violão; Um Concha na Bo Mon; Um Dia Pa 24 de Junho; Um dia, talvez (sim); Um Lenço Multicor em Cabelos Negros Esvoaçando; Um Porta Aberta; Uviterramariceu; Vazio; Ventos do Sul; Ventos oceânicos; Verde; Vibração da Terra Castanha; Vida E Rudonde Moda Um Anel; Vivências ao Sol (parceria com Voginha); Vozes Escondidas.

Obras publicadas

  • Universo da ilha, ICL, Praia, 1986. Poesia.
  • Diálogo poético sobre a música, ICL, Praia, 1987. Desdobrável com texto em prosa e trechos de partituras.
  • A verdadeira dimensão, ALAC, Linda-a-velha, Portugal, 1988. Romance.
  • Música tradicional cabo-verdiana I – a morna, ICLD, Praia, 1988.  
  • Navegam os olhares com o voo dos pássaros, ICL, Praia, 1989. Poesia.
  • Tempos da moral moral, Ilhéu Editora, São Vicente, 1993. Romance.
  • Run shan, Alauda razae, e/a, SV, 2007. Poesia.
  • Cesária – A rota da Lua vagabunda. Coautoria com Tchalê Figueira. Associação da Orquestra Clássica do Centro, Coimbra, 2015.
  • Incluído na coletânea de autores cabo-verdianos Mirabilis de veias ao sol, ICLD, Praia, 1991.

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